Na Grande Planície Alcalina
Na região Sudoeste dos planaltos estende-se um deserto árido e repulsivo que, durante todos esses séculos, serviu de obstáculo ao avanço da” civilização”. Do sul da região de Tyr até o fim das montanhas Ressonantes ao sul, formou-se uma região de desolação e silêncio. A natureza, porém, não é uniforme nesse lugar terrível. Ora apresenta altas rochas pontiagudas e ameaçadoras,ora fissuras sem fundo na terra seca, ora vales soturnos e sombrios. Rios impetuosos correm para canyons escarpados. Imensas planícies ficam secas em algumas épocas e, em outras, tornam-se cinzentas pela poeira alcalina e salitrosa que as recobre. Em tudo, no entanto, persistem as características de uma região estéril, inacessível e miserável.
Não há habitantes nesse lugar de desespero. Um bando de elfos caçadores pode, uma vez ou outra, atravessá-lo em busca de outras terras para caça, mas o mais valente dos bravos se alivia ao deixar para trás essas planícies aterrorizantes e voltar para as pradarias.
Não se encontra no mundo inteiro vista mais tétrica que essa que se descortina da encosta norte da Serra Branca. Até onde a vista alcança, estendem-se grandes faixas de terreno plano manchadas pela poeira alcalina e interrompidas por pequenos bosques formados pela vegetação raquítica da região. No extremo limite do horizonte, ergue-se uma longa cadeia de picos montanhosos com cumes escarpados salpicados de neve: As montanhas ressonantes. Em tão grande extensão de terra, não se percebe si-
nal de vida ou de algo relacionado a ela. No metálico azul do céu não voam pássaros nem há movimento no chão agreste e cinzento. Reina por toda a parte um profundo silêncio. Por mais que se procure, não se consegue ouvir o mais leve ruído nesse deserto imponente. Nada existe além do silêncio, um silêncio absoluto e opressor.
Foi dito não haver vida nessa vasta planície, o que seria totalmente verdadeiro se uma trilha não se estendesse pelo deserto até desaparecer na distância, conforme se avista da Serra branca. Está sulcada de rodas e marcada pelos pés de inúmeros aventureiros. Ao longo dessa senda, espalham-se objetos claros que brilham ao sol, em contraste com a areia opaca e alcalina. Aproxime-se e observe! São ossos. Uns, grandes e grosseiros;outros, menores e delicados. Os primeiros são de gado; os últimos, de homens. Essa macabra rota desenvolvese por quase trezentos kms e pode-se segui-la pelos despojos daqueles que tombaram durante o percurso.
E foram essas terras inóspitas que há 60 anos, 8 mil peregrinos passaram em caravana procurando refúgio para se abrigar dos povos violentos e sem Deus. Eles eram os Escolhidos de Merona que havia dado as leis sagradas a Nauvoo, o profeta.
Das estradas de Tyr às escarpas orientais das Montanhas Ressonates, eles lutaram com uma persistência quase sem precedentes na história. Os selvagens Giths, os animais ferozes, a fome, a sede, a fadiga, a doença, todos os obstáculos que a natureza podia colocar no caminho foram vencidos pela tenacidade do povo escolhido. No entanto a longa viagem e os freqüentes temores abalaram mesmo os mais fortes entre eles. Não houve um só que não caísse sobre os joelhos, em fervorosa oração, à vista do amplo vale de Althac banhado de sol, e ouvindo da boca de seu líder que aquela era a terra prometida e que aqueles campos virgens seriam deles para todo o sempre.
Nauvoo logo revelou-se tão hábil administrador quanto chefe determinado. Mapas e cartas foram preparados projetando a futura cidade. Nos arredores, as terras foram divididas e distribuídas segundo a posição de cada indivíduo. O comerciante dedicou-se a seu negócio e o artesão a seu ofício. Ruas e praças surgiram na cidade como num passe de mágica. No campo, homens cercavam e drenavam; aravam e plantavam.
O verão seguinte encontrou a terra coberta pelo ouro dos trigais. Tudo prosperava naquela estranha comunidade. Acima de tudo, o grande templo, construído no centro da, cidade, tornava-se cada vez maior e mais alto. Desde as primeiras luzes da manhã até as últimas do anoitecer, as batidas do martelo e o ruído das serras er am incessantes no monumento que os imigrantes ergueram àquele que os conduzira sãos e salvos por entre tantos perigos.
Nauvoo, a cidade dos Santosos
SOCIEDADE
A sociedade de Nauvoo se iniciou com a divisão de terras pela posição de cada homem na sociedade, mas com o passar do tempo alguns enriqueceram mais que os outros, alguns ricos se tornaram pobres (e menos influentes) e alguns que vieram apenas como comerciantes pequenos mas tinham tino para o comércio enriqueceram e se tornaram homens respeitados. Nauvoo respeita a riqueza e dá poder àqueles que o tem.
O poder é dividido pelos mais poderosos que compram e vendem influencia para que esse ou aquele projeto sejam ou não feitos.
A sociedade é poligâmica, qto mais riqueza, mais mulheres um homem possui. E se orgulham de seus haréns como símbolo de status muito mais do que de amor.
Trabalhos braçais são deixados para os menos abastados enquanto os de artesanato, música, escultura e pintura são deixados para os poderosos que se cercam de suas obras portentosas.
Desenvolveu-se na cidade um sistema rudimentar de escrita, usado para enviar pequenas e simples msgs pelo reino.
Economia:
Hoje com 11 mil habitantes (8 mil na cidade, 3 mil nas fazendas e povoados), Nauvoo é tão grande e próspera quanto qualquer outra cidade-estado de Athas e, mesmo assim consegue se manter lendária. As rotas e trilhas são vigiadas. Exploradores e caravanas que passam próximo demais são destruídos, os bens e mulheres confiscados, assim mantendo a cidade longe do contato com a política dos Reis feiticeiros que parecem não se importar ou desconhecer o fato.
Há anos as minas de ferro que circundavam a região se exauriram, é necessário ir cada vez mais longe para conseguir o precioso metal. Nauvoo ainda conta com uma mina de chumbo e uma de carvão mineral que usa para grandes fornos que aquecem a cidade no inverno.
Possui plantações de diversos tipos de grão, frutas raras como uva e amora e vivem principalmente das manadas de Carrus que foram encontrados na região e domesticados para uso da carne, leite, couro, ossos e chifre.
Ainda existe a pesca de peixes são criados por piscicultores.
O comércio é ativo. Encontra-se de tudo na cidade, bens manufaturados de todo tipo e alimento raros nos planaltos como queijos e doces. O uso de ervas medicinais é amplamente difundido e qualquer criança sabe apontar ervas boas para se fazer um chá ou um remédio para dor de cabeça.
Política:
Nauvoo não se distingue muito das ditaduras impostas pelos reis feiticeiros. Caso alguém consiga chegar a seus muros, percebe que pode ser até mais perigoso viver aqui. É muito perigoso ter opiniões em Nauvoo. Muito perigoso. Tanto que mesmo os mais santos mal ousavam sussurrar suas opiniões religiosas e só o faziam com respiração contida, temendo que suas palavras fossem mal interpretactas e provocas-
sem uma rápida reação contra elas. As antigas vítimas da perseguição haviam se transformado, agora, em perseguidores, na acepção mais terrível do termo. Nem a Inquisição Eldaarich colocou em movimento uma máquina tão formidável quanto a que estendia sua sombra sobre a região de Althac. Sua invisibilidade e o mistério que a cercava faziam a organização duplamente terrível. Parecia ser onisciente e onipotente, embora não fosse vista ou ouvida. O homem que se levantasse contra a Igreja desaparecia, e ninguém ficava sabendo para onde tinha ido nem o que lhe acontecera. A esposa e os filhos ficavam aguardando-o em casa, mas ele nunca voltava para contar como havia se saído nas mãos de seus juízes secretos. Uma palavra precipitada ou um ato irrefletido eram seguidos pelo aniquilamento e, no entanto, ninguém sabia qual a natureza daquele poder suspenso sobre a cabeça de todos. Não surpreende que as pessoas vivessem tremendo de medo e que, mesmo no meio do deserto, não ousassem murmurar as dúvidas que as oprimiam.
A princípio, esse vago e terrível poder era exercido apenas contra os recalcitrantes que, tendo abraçado a fé de Merona, quiseram, mais tarde, pervertê-la ou abandoná-la. Em breve, porém, aumentou seu raio de ação. O número de mulheres adultas escasseava, e poligamia sem uma população feminina que a suporte não passa de uma doutrina estéril. Começaram, então, a surgir estranhos rumores. Comentava-se que exploradores de fora foram assassinados e seus pertences saqueados em regiões onde não haviam Giths. Em seguida, surgiam novas mulheres no harém dos Anciãos, mulheres que choravam e definhavam, trazendo nos rostos os traços de um horror interminável. Andarilhos que permaneciam nas montanhas falavam de bandos de homens armados, embuçados, silenciosos e escondidos que passavam por eles na escuridão. Tais histórias e rumores ganharam forma e substância, afirmação e confirmação, e, finalmente, um nome definido. Até hoje, nos solitários ranchos do leste, o nome do Bando dos Danitas é algo sinistro e agourento. O conhecimento mais profundo da organização que produzia feitos tão terríveis só servia para aumentar, em lugar de diminuir, o horror que inspirava na mente das pessoas. Não se sabia quem era membro dessa sociedade implacável. Os nomes dos que participavam nas façanhas de sangue e violência praticadas por razões pretensamente religiosas eram guardados em absoluto segredo. O melhor amigo a quem se confidencias sem dúvidas, a respeito do Profeta e de sua missão, podia ser um dos que surgiria à noite para infligir a ferro e fogo uma horrível reparação. Por isso, todos temiam seu vizinho e ninguém falava das coisas que se cretamente levavam dentro de si.
Milícia
A cidade conta com uma milícia fraca e despreparada mas que cumpre o objetivo de manter a ordem.
O conselho dos quatro
A autoridade máxima de Nauvoo ( pelo menos a pública) é conhecida como o conselho dos quatro. Os 4 anciões com mais prestígio e poder constituem esse tribunal. Obviamente um séquito de assessores e conselheiros tentam cair nas graças dos 4 poderosos de Nauvoo. São eles que tem (teoricamente) a última palavra em todo tipo de assunto, desde matrimônios até política externa e casos de traição.
Discidentes do anjo
Uma nova força aparece timidamente nos becos e campos desertos. Jovens que discordam da forma de governar do conselho dos quatro, jovens que querem conhecer o mundo fora da cidade dos santos.
A ordem dos paladinos de Menora.
A guarda de elite do conselho dos Quatro. Guerreiros e rangers treinados e armados com as temíveis arcabuzes e armas de fogo menores, mantêm a ordem nas fronteiras da reino e no templo principal. Dizem que dessas fileiras saem os mais temíveis integrantes do bando dos Danitas.
Magia e psiquismo